24
NOV
2015
MEIA BOCA VENCE CONFIANÇA NOS PENALTIS E É CAMPEÃO DO 2º. TURNO
Time de Claude levou a melhor nos pênaltis em mais um jogo eletrizante
O campeonato da ASTRA 21 voltará a ter uma decisão para ver o tira teima entre
vencedores de turnos e apontar o grande campeão da temporada 2015. Confiança
(vencedor do primeiro turno) e Meia Boca (vencedor do segundo turno) entrarão
em campo no próximo sábado em condições iguais para tentar dar a volta olímpica
e levantar a taça de campeão/2015.
Era tudo que esse campeonato precisava
para coroar uma temporada fantástica em se tratando de qualidade técnica.
A decisão do segundo turno teve tudo o
que se pode esperar em um clássico e um jogo cheio de emoções. O Confiança pôde voltar a contar com Veríssimo
após ausência de três partidas e entrou em campo com Vinícius; Fabrício,
Laércio e Juninho; Tonho, Veríssimo, Monteiro e Denilson. O Meia Boca tinha o desfalque de Claude,
machucado, e começou com Patrício; Augusto, Scala e Marcelo; Patrocínio,
Daniel, Neto Bola e Pedro.
O jogo começou em ritmo forte. As
jogadas eram disputadas em cima. Não tinha bola perdida. Aos 4" Denilson pôs a
bola entre as pernas de Daniel num lance genial, lembrando que o futebol
brasileiro sempre foi feito de lances geniais, hoje cada vez mais escassos. Por
um instante, Denilson lembrou seu homônimo quando do São Paulo e na Copa de
2002 com seus dribles desconcertantes.
Clássico que é clássico tem que ter uma
discussão, um empurra-empurra, uma cara feia. Laércio (Conf) e Pedro (MB) se
estranharam num lance bobo e Charles Elliont mostrou o cartão amarelo para os
dois. Prejuízo para Laércio que levou o segundo e está fora da decisão.
O sol era forte e exigia a mexida nas
equipes. Biúla colocou Bruno e Henrique para as vagas de Pedro e Neto. Já
Pebarovic tirou os laterais Fabrício e Juninho para Amando e Assis. Veríssimo
ocupou a lateral e Monteiro recuou para Assis ir para a área. Os dois times
jogavam à frente, mas não conseguiam levar perigo aos goleiros.
Em jogos pegados quem decide é quem
arrisca ou quem tem talento individual. Como a bola não chegava redonda na área
de ninguém, Scala arriscou o chute de fora da área, que desviou no meio do
caminho e "matou" Vinícius. Aos 20" o Meia Boca saía na frente do placar e essa
vantagem se manteve até o fim do
primeiro tempo.
Na volta do segundo tempo as equipes
posaram para a foto oficial. Foi o único momento de tranquilidade. O Confiança foi pra cima do adversário, que
se defendia, mas sempre saía no contraataque levando perigo, apesar de Vinícius
ter pouco trabalhado no jogo inteiro.
O gol do Confiança parecia amadurecer.
Aos 12" Damião fez um carnaval pela direita, mesmo marcado por Henrique e
Scala. Aos 15" Monteiro recebeu a bola na intermediária e saiu conduzindo com
marcação visual da defesa. Deixaram que ele fosse a procura de seu parceiro
principal. Como Pelé &Coutinho, Zico & Adílio, Bebeto & Romário,
Denilson & Monteiro são nome e sobrenome de jogadas espetaculares e gols
especiais. Na fugida de Monteiro, Denilson deslocou-se e encontrou um espaço
mínimo para receber a bola e devolver de primeira, numa tabelinha que os
argentinos chamam de "toca e me voy", batendo de chapa no canto direito de
Patrício que nada pôde fazer. Charles deu mais dois minutos de acréscimo em
razão de atendimento a Henrique Hélio. Nesse breve período, Patrício fez um
milagre ao defender com a ponta dos dedos uma bola de calcanhar de Assis que
procurava o seu canto esquerdo e também defendeu com o pé um chute de Denilson.
No quarto quarto as equipes foram mais
cautelosas, pois até então tinha sido 45 minutos de jogo forte sob sol idem.
Parece que se poupavam para uma prorrogação. Ainda assim houve tempo para uma
arrancada de Curinga pela direita com belo chute de fora da área para uma
difícil defesa de Vinícius.
Encerrado o tempo normal em 1x1 as
equipes voltam para uma prorrogação em dois tempos de dez minutos. O Confiança
havia feito duas faltas e o Meia Boca três. As admoestações foram mantidas para
o tempo extra. No início do primeiro tempo Bruno, desperdiçou duas bolas em que
poderia ter resolvido a parada. Difícil dizer quem estava melhor em campo, mas
há de se registrar o espírito guerreiro do Meia Boca, pois tinha quatro jogadores
em condições difíceis de jogo: Curinga, Neto Bola, Scala e Christian. No
Confiança, Veríssimo conhecido pelo seu fôlego, estava longe de sua boa
condição física e Juninho sofreu cãibras fortíssimas.
Aos 3" Denilson e Monteiro puxam o
contraataque e, na tentativa de interceptar a bola, Marcelo Piu manda contra
seus próprios domínios. É a virada do Confiança e um placar que definia o
campeonato. O MB mostra que está vivo. Não se entrega. O Confiança naturalmente
relaxa com o placar a seu favor. Curinga recebe a bola pela esquerda do ataque.
Conduz sem ser importunado. Levanta a cabeça e vê Neto se deslocar em
profundidade na área. O passe é certeiro em parábola. Enquanto a bola cai Neto
ajeita o corpo para acertar o sem pulo. Bate de primeira. O chute pega na
"orelha" da bola para dar ainda mais efeito. Vai no travessão e para as redes
de Vinícius. Mais um empate no jogo, que assim permaneceu até o fim obrigando
que o turno fosse decidido nos pênaltis.
Cada equipe tinha cumprido a sua
cartilha. O Confiança foi mais intenso, martelando a defesa adversária,
enquanto o Meia Boca se manteve paciente e à espera de uma brecha para conferir
o tiro certeiro. Agora era o momento do coração ser posto na ponta da chuteira.
O bom público se ajeitou nas arquibancadas para ver o que poderia ser o fim da
temporada ou o adiamento do campeonato por mais uma semana.
Os treinadores acertaram seus
cobradores. Neto Bola foi o primeiro a cobrar e deixou o Meia Boca em vantagem.
Assis bateu para o Confiança e Patrício defendeu. Daniel foi o segundo cobrador
do Meia Boca e converteu. Amando bateu bem e descontou para os azuis. Enfim, a
última cobrança da série do MB coube a Marcelo Piu. Ele que tinha sido algoz de
seu próprio time há poucos minutos atrás. Ele que levou os filhos para assistir
a partida. Ele tinha nos pés a responsabilidade do tudo ou nada. Ele de um lado
e Vinícius do outro. Batedor e goleiro que se conhecem. Os olhos se estudam
Cada passo em direção da bola tem uma carga de dramaticidade. Vinícius não
arrisca. Espera que Marcelo direcione o chute que sai rasteiro para o lado
direito da trave. Vinícius ainda estica a perna para evitar que a bola siga no
caminho do gol, mas ela passa por baixo de seu pé direito. Explosão de alegria.
Meia Boca campeão do segundo turno.