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O nosso campeonato, por ser de quarentões, tem a grande maioria dos participantes na faixa da segunda metade dos quarenta anos. Muitos cinquentões e um sessentão. Isso demonstra que a maioria começou a entender de futebol no início dos anos 70 e compreenderam o valor de uma Copa entre 74/78.

Somos privilegiados. Pudemos assistir todas as Copas desde 1970. A TV passou a acompanhar os jogos dos campeonatos estaduais e nacional e passar ao vivo. Conhecemos um futebol de verdade. Assistimos craques desfilando em campo. Equipes com ídolos, no plural. Aprendemos com eles e o futebol passou a fazer parte de nossas paixões. Nunca fui goleiro, mas Manga (Inter 74/75) me enchia os olhos. Luiz "Chevrolet" Pereira (PALM) na zaga, o meio de campo mágico de Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico em 1982, Reinaldo (CAM), Careca (GUA e SP) como centroavantes clássicos. Joãozinho (CRU), Zé Sérgio (SP), Mauricinho (VAS), Paulinho (FLU) infernizando as laterais dos campos. São poucos, mas expressivos exemplos. Fomos espectadores desses caras.

O futebol mudou. Outros fatores passaram a ditá-lo. O empresário passou a ser mais importante para o clube do que a própria matéria-prima. A base virou mercadoria. O trauma de 1982 fez com que os treinadores passassem a impor a filosofia do futebol-resultado, sepultando a arte. E o futebol brasileiro minguou. O fundo do poço poderia ter sido o "mineiraço" de 08 de julho de 2014. Ledo engano. Nossas seleções de base penam contra adversários sulamericanos que nos anos 70/80/90 eram sacos de pancada.

Todavia, o contraponto. Voltamos nossos olhos para a Europa. Para a Champions League, onde hoje se vê futebol de qualidade e que roubou dos nossos filhos a adoração pelo futebol nacional. A criança hoje não quer uma camisa de um dos grandes do futebol brasileiro. Para elas interessa envergar a camisa do Barcelona, Real Madri, Manchester, Bayern e outros gringos. Messi, Cristiano Ronaldo, Pogba, Benzema, Robben, Suaréz são seus novos ídolos.

Em quase todas as equipes que estavam em campo nas quartas de final da Champions tinha brasileiro. Thiago Silva, David Luiz, Marquinhos, Maxwell, Lucas (PSG); Filipe Luis, Ramires, Oscar, William e Diego Costa (CHEL), Pepe, Marcelo, Lucas Silva (RMAD), Daniel Alves, Adriano, Rafinha (filho do Mazinho) e Neymar (BARC); Fernando e Fernandinho (MCITY); Dante, Rafinha e Thiago Alcântara (filho do Mazinho) (BAY), Luiz Adriano, Wellington Nem, Taison e outros dez brasileiros no Shakhtar; Rubinho e Rômulo (JUV); Elderson e Matheus Carvalho (MON) e Gabriel (ARS). Só nos alemães do Schalke 04 e Borussia Dortmund não havia brasileiros.

Como explicar? Ainda somos a matéria-prima do futebol mundial? Mistério que só a próxima eliminatória irá responder.

(...)

Na primeira resenha do ano alertei que SEA e Real Natal, se quiserem, poderão dar trabalho as consideradas favoritas. As duas equipes se enfrentaram na rodada inaugural e fizeram um jogo movimentado e com placar de pelada (7x4).

Veio à segunda rodada e minha previsão se constata. A SEA, jogando com Serjão como goleiro improvisado, venceu o TJ numa partida emocionante e decidida nos minutos finais. Já o Real Natal empatou com o Bohemia, equipe que quase chega a final do segundo turno no ano passado.

Vamos aos jogos. A SEA veio a campo inferiorizado numericamente contra o TJ. Seu goleiro, de última hora, avisou que não poderia jogar. Carlos Bago e Yonaldo levaram falta. Bulhões e Juliano ainda não estrearam. O TJ veio quase completo. Ausentes o zagueiro Marcelo Ramos e o arisco atacante Wildson. Ambas as equipes apresentaram caras novas. A SEA trouxe Igor e Vladimir, recém investidos nos quadros do TRT 21. O TJ veio com Marcelo, de estreita semelhança física com Jobson, o recuperado atacante do Fogão carioca.

Clima agradável para o futebol. Tempo nebuloso e sem o já conhecido sol de Pium. E o jogo começou alucinante. O TJ tentou explorar a deficiência da SEA no gol, mas o goleiro improvisado deu conta do recado com defesas empolgantes.  Se quiser ser titular nesse time seu lugar é no gol, Serjão! O TJ tentava, mas foi a SEA que achou um gol numa cobrança fraca de falta de Michael, que bateu na barreira e desviou do goleiro Anderson. O gol mexeu com o TJ, que passou a sentir uma melhor movimentação da sua estrela Marcos Alves que não estava num dia bom. A SEA, por outro lado, tinha Helinho e suas arrancadas. Num contragolpe com Patinha, o segundo gol selou o primeiro quarto. No segundo quarto a chuva chegou forte e Guilherme descontou numa saída errada de Igor a "lá Junior Timbó". Sei não, mas essa camisa ainda vai atrapalhar os planos da SEA. Helinho, mais uma vez, fez uma pintura de gol da intermediária, achando o "L" do poste direito do TJ. Marcos Alves, o filho de Satã, diminuiu ao término do tempo.

No terceiro quarto o TJ saiu para o jogo atrás do prejuízo, esbarrando nas maravilhosas defesas de Serjão que encarnou o espírito de Lev Yashin.  A SEA foi valente se fechando de forma inteligente e saindo nos contraataques com Helinho e Patinha sempre levando perigo. Só que Monch mostrou a Helinho que não precisa ser ex profissional para fazer gol bonito. Fez a mesma pintura de idêntico local, colocando a bola na mesma forquilha que o ex atacante do time de japecanga tinha colocado. E o terceiro quarto terminou igual em 3x3.

O último quarto já estava se encaminhando para ser uma exceção, ou seja, daqueles que não tem gol. As equipes lutavam atrás da vitória. O empate era pior para o TJ que havia empatado na primeira rodada. O TJ reclamou um pênalti não marcado por Charles. Inexistente na minha visão. Faltando dois minutos para o fim, Netinho roubou a bola e tocou para Helinho na intermediária, que fez a fila em impressionante velocidade e fechou o placar com categoria. Belíssimo jogo e vitória da SEA que assume a liderança do campeonato.

Na partida de fundo a chuva continuou a se fazer presente. O Real Natal apresentou um centroavante peso pesado. Um "Walter", ex-Goiás e agora no Fluminense. Gordinho e perigoso. O Bohemia com suas dificuldades de conseguir reunir um grupo homogêneo. Sem goleiro, foram obrigados a improvisar o Tonhão no gol. E a exemplo de Serjão, também não comprometeu. O Real Natal mostrou logo de cara que veio para incomodar. Bola isolada da sua área chegou quicando na área adversária. "Walter" fungou no zagueiro, tomou-lhe a frente e encobriu Tonhão. Golaço dos galácticos de Pium.

As equipes jogaram aberto buscando o gol a todo o tempo. O emocional dos bohemios não estava 100%. Em alguns momentos lembravam a OAB em suas discussões. Mas nada de "c***lhos", palavrinha farta nos jogos dos advogados.

O Bohemia achou o empate num fortíssimo chute de longe do Wilde, que desviou na zaga e "matou" Cristiano que fazia milagres interceptando os ataques do Bohemia. No fim do jogo, Dorisvaldo comprovou a minha tese de que havia esgotado toda a sua sacola de gols no torneio início e foi o nome do Inacreditável Futebol Clube da rodada, conseguindo chutar no travessão mesmo estando debaixo dele. Último minuto e Walter obrigou Cristiano a fazer difícil defesa num bate-rebate na área. Placar de 1x1 e que fez justiça ao jogo.

Completadas as duas primeiras rodadas posso dizer que estamos satisfeitos com o nível dos jogos e também a disciplina das equipes, seja na ausência de violência gratuita, seja na obediência ao respeitar o horário dos jogos. No máximo às 10:30h temos encerrado a rodada, para a alegria de Mizael.

Sábado tem Real Natal x Meia Boca e Piratas x SEA, abrindo a terceira rodada.

COLUNA DO KOLLUNA FUTEBOL CLUBE

AVISO: As substituições de atletas deverão ser procedidas, impreterivelmente, pelo centro do campo, entre as marcas colocadas nas laterais em frente à mesa organizadora. A partir da quarta rodada (18.04), essa determinação passará a ser aplicada pelo árbitro, gerando admoestação ao atleta que substituir o companheiro;

A drenagem do campo da ASTRA 21 continua impecável. Mesmo com toda a chuva e o excesso de barro colocado para recuperação do gramado, ainda assim não se viu uma poça;

Por outro lado, se o campo já estava pesado, a chuva fez com que 99% jogassem com o freio de mão puxado. Exceção só para Helinho;

Passadas 02 (duas) rodadas nenhuma equipe compareceu com menos de 10 (dez) jogadores. Sinal de que o compromisso assumido na hora da inscrição está valendo;

Parte do segundo tempo de Real Natal x Bohemia foi morno. De perigo mesmo só quando o ônibus dos líderes da rebelião de Alcaçus que estavam sendo transferidos para Mossoró e passou na frente da ASTRA 21;

Arlean (Real Natal) foi atingido no "pé da barriga ou boca do estômago" e se estrepou no chão em convulsão por falta de ventilação voluntária. Preocupação repentina. Atendimento médico imediato.  Então alguém disse: " - Passa cuspe e volta para o jogo que não tem ninguém no banco". Pegado e Sadrak, que estavam na suplência, foram sumariamente rejeitados e chamados de ninguém;

Na primeira rodada Campos (BOH). Na segunda rodada Marcos Satanás (TJ). Os tufos de grama arrancados serão cobrados oportunamente;

Dr. Michael parece que tomou gosto pelo campeonato e está ajudando Gilson "Mamu" na organização da SEA. É o novo gerente de futebol. Dr. Igor e Dr. Vladimir são promessas trazidas por ele;

Marcelo "Padre" Lira (SEA) parecia o Satanás reclamando com Charles. Já Marcos Alves (TJ) um santo o jogo inteiro.  Jogo dos contrapontos;

Os gols de Helinho e Monch foram literalmente iguais. Mereciam uma placa.

Confira abaixo como ficou o campeonato após o fechamento da segunda rodada.

Artilharia

Cartões

Tabela

Classificação