26
MAR
2018
FAVORITOS TROPEÇAM E A OAB AGRADECE
AMARN/AMATRA x TCE protagonizaram, sem nenhuma sombra de dúvida, a melhor partida do campeonato até agora. Confira....
Momento em que Gil fechou o patrocínio do abadá da Justiça Federal
Talvez seja uma
pretensão do escriba já na terceira rodada e ainda no primeiro mês de um
campeonato de jogos até novembro indicar um ou outro time como favorito, pois a
construção dessa ideia deve ser formada ao longo de um torneio longevo. Se não
favoritos ao título, penso que, pelo que haviam feito nas duas primeiras
rodadas, o histórico da AMARN/AMATRA e do Real Natal lhes garantiam certo
favoritismo sobre TCE e Justiça Federal na rodada. Era só ver a presença de
cada uma das equipes na tabela.
Pois bem. É por
esses mistérios que o futebol apaixona.
AMARN/AMATRA x
TCE protagonizaram, sem nenhuma sombra de dúvida, a melhor partida do
campeonato até agora. E olha que alguns jogos foram muito bons, como SEA x TCE
e SEA x Real Natal. Mas a disposição das duas equipes e a velocidade do jogo
impressionou positivamente.
Com cinco
minutos de jogo os juízes já perdiam as contas de quanto estavam perdendo para
a Corte de Contas. Como uma blitzkrieg, a tática alemã de guerra
relâmpago com ataques rápidos e de surpresa sem dar tempo ao inimigo se
organizar, o TCE abriu 3x0, placar que se sabe, é difícil de reverter. E foi
assim durante todo o primeiro quarto.
No segundo
quarto, depois de encontrarem um treinador severo que lhes puxou às orelhas, os
juízes tentaram "entrar em campo", mas a ansiedade atrapalhou. O
treinador renovou a tática do jogo anterior ao inverter Manoel Medeiros,
jogando-o como referência na área adversária, mas aí começou a aparecer a
figura de Ilueny, crescendo nos pés do adversário ou se esticando para fazer
uma defesa quase impossível.
O TCE, que eu
vi jogar pela primeira vez, tinha em sua melhor peça o Sidinaldo, o
"Bolt", o puxador de contra-ataques. Só que o cara não tem só
velocidade. Ele dribla bem e chuta como poucos. Marcel faz bem o pivô no ataque
e todos os demais tem intimidade com a bola. As equipes, com mais de um time do
lado de fora, provocaram uma partida de grande velocidade, com a constante
troca de jogadores. Um abafa de Ilu (vamos chamar o cara assim, sem maiores
intimidades) nos pés de Manoel e uma meia bicicleta de Klaus foram os melhores
momentos do primeiro tempo, fora os gols adversários, é claro.
No segundo
tempo o ritmo forte continuou e os caras da AA (e não do AA)
jogaram inteiramente no campo adversário, e mais uma vez "São Ilu"
operou milagres. Vladimir, que já havia decidido o jogo contra os Piratas,
marcou duas vezes e iniciou o que parecia ser uma reação. Mas "Sid
Bolt" assinou um golaço ao dar um balãozinho em Cleanto e puxar o
contra-ataque ao encontro do "Tigre", que ainda tentou, felinamente,
evitar o quinto gol, mas teve que buscar a bola no fundo de sua jaula.
Um jogão. Nem
se a AMARN/AMATRA jogasse o dia inteiro, não venceria o jogo. Há jogos que é
assim. Mérito do TCE que beliscou sua primeira e histórica vitória no tapete
onde se joga o melhor futebol do Estado.
Aí chega a hora
da segunda partida. As duas equipes de azul, lembrando aquela primeira frase da
música de Lulu Santos (Tudo Azul...). A segunda frase - da música - não é
compatível com equipes que têm em Max, "o primeiro" e Gil, os seus
ilustres comandantes. Música e futebol. A cultura presente na resenha mais lida
entre todas as resenhas dos campeonatos de futebol dos órgãos da Justiça do RN,
mesmo que seja a única.
Vamos ao jogo
que é o que interessa. A Justiça Federal estreando seu uniforme/abadá novo,
patrocínio de Gil e os "Doces Bárbaros". Nada de se estranhar que o
abadá foi estreado na terceira rodada, afinal, patrocínio de baianos né???
O jogo não teve
a mesma velocidade do anterior, mas foi pegado desde o início. Algumas chances
criadas tinham o gol evitado por Rodolfo (JF) e Tiago (RN). Até que Rodrigo,
num chute rasteiro de fora de área, encontrou o gol adversário, abrindo o
placar. O segundo saiu de uma jogada ensaiada do Real. Rodrigo, mais uma vez,
cobrou o corner rasteiro na área e recebeu de volta, batendo cruzado com
goleiro do Real aceitando. Com o 2x0 nas costas os colegas da JF acordaram e
colocaram Gil em campo para decidir a parada. Entrou e saiu quase que no mesmo
minuto solicitando o médico e balão de oxigênio.
No segundo tempo o jogo continuou bom. Divididas viris, mas não desleais,
mostraram a qualidade das bolas compradas pela ASTRA 21. Moadson descontou para
a JF e botou fogo no jogo. Então Tulio, que fazia do meio de campo um sarau
filosófico com Gustavo, incorporou o general pretoriano (a resenha dá a patente
que quiser) e quase quebra Marx, "o outro", ao meio. Cartão amarelo e
falta na entrada da área... advinha quem vai bater, já dizia aquela outra
musiquinha, de Maria Alcina (só os que tem cinquenta vão
entender). Netinho, o nosso pé de anjo, meteu no ângulo superior
esquerdo de Rodolfo, e a bola ainda bateu no travessão para dar mais beleza
plástica ao lance. Placar de 3x1, o que seria cômodo para os galácticos da ASTRA
21.
Seria, é um
condicional. A JF acordou. Fez 3x2 e gostou do jogo. No último quarto o time do
Real Natal perdeu a bola em três oportunidades e aceitou três contraataques
implacáveis. Três gols parecidos e uma virada fantástica que embolou o campeonato
e mostrou que, ao fim de três rodadas, ninguém escapou a ponto de pré garantir
uma vaga nas semifinais.
O campeonato dá
uma parada na Semana Santa e retorna daqui a 15 dias, com SEA x JF e Real Natal
x TJ, jogos em que possíveis vitórias poderão encaminhar a classificação.
Coluna do Kolluna
1) O padrão de
organização da ASTRA 21 se superou. Mesmo com o atraso da organização que
chegou à sede às 7h30min e terá seu jeton descontado proporcionamente, as
equipes da AMARN/AMATRA e do TCE já estavam a postos em campo. Providência dos
capitães Michael e Diego e do árbitro Bruno Palhares. Jogos iniciados na hora,
e encerrada a rodada às 10h;
2) Em se falar
em atraso, os jogadores das equipes combinaram entre si que só podem se
machucar a partir do segundo quarto. É só quando chega o Dr Lukas. Pai de
pouco, noites em claro, a energia de sobra do rebento nas madrugadas têm
comprometido a pontualidade do nosso salva vidas;
3) O treinador
da JF, Pachecuzinho, assim como o seu quase homônimo, não aguentou a pressão com
a falta de resultados e recebeu às contas. Coincidência, ou não, a JF venceu;
4) No primeiro
gol do TCE contra a AMARN/AMATRA, Marcel acertou o ângulo superior do goleiro
Guilherme e a bola ficou presa na forquilha, "lá onde a coruja
dorme", como alguns radialistas costumam dizer. A resenha foi atrás da
origem da expressão: o fotógrafo esportivo Domício Pinheiro, ainda nos anos 70,
percebeu que em um jogo noturno no Pacaembu uma coruja pousou no canto superior
de uma das traves. 5) Com a sensibilidade dos geniais, foi lá e fez um preto e
branco da coruja no lugar inusitado e depois espantou o pássaro para que
ninguém fizesse outro click. No outro dia, estava estampado nos jornais, e
quando os jogadores acertavam o ângulo os narradores paulistas começaram a
dizer a expressão, que ganhou todo o Brasil;
5) Derocy, com
a vitória parcial dos galácticos, assumiu a zaga e a catimba com a autoridade
de quem é uma das lendas do salonismo potiguar dos anos 80 e com 19 anos de
estrada na ASTRA 21. Reclamou que a bola estava murcha, depois que estava
cheia, pediu cartão amarelo e vermelho para o adversário em qualquer falta,
retirou a chuteira do atacante com aquele pisão matreiro mordendo o calcanhar.
De nada adiantou. A virada foi impressionante;
6) Vladimir, o
artilheiro da AA, passou pela mesa e viu que a súmula tinha anotado um de seus
gols para Buca. Apresentou o recurso sumário e fez a sustentação oral. A mesa,
que não tinha visto o lance do gol, não consultou o árbitro ao fim do jogo para
dirimir a dúvida. Tentou contactá-lo via grahambelliana, sem sucesso. Assim,
como a resenha e a atualização da tábua de artilharia tinha que estar pronta,
com base na recentíssima jurisprudência emanada do STF, uma vez que o cidadão
não pode ser penalizado pelo atraso do Estado/organização do campeonato, sendo
a lei de validade para todos, foi dado provimento ao recurso. Passe de Lula.
Golaço de Vladimir;
7) Quando
Manoel Medeiros foi deslocado para a área adversária para servir como um
centroavante, o TCE colou Formiga como marcador. Revelou-se uma formiga
operária, responsável pela segurança e limpeza do formigueiro (no caso, da
área). Lembrei de um slogan de um prefeito de Natal nos anos 80: "FORMIGA
TRABALHA!!!
8) Márcio
Mossoró, Netinho Goianinha e Netinho Caicó. Referências do interior e nomes de
craques de nosso campeonato;
9) Há muito
tempo não tinha se via um jogador entrar no campo da ASTRA 21 todo ensacado,
camisa dentro do calção e meiões levantados, como era norma no
passado. Praxedes (JF) estreava e sua elegância nos trajes, não obstante o
ligeiro arreamento adiposo visceral, chamou a atenção de Elacir, nosso guru e
torcedor assíduo. Aí um gaiato da arquibancada (sempre tem um), exclamou:
parece um dindim!!!!!
10) O
moto-rádio das partidas de sábado vão para Sidinaldo (TCE) e Leandro (JF).
Confira como ficou a classificação, artilharia e cartões
após a 3ª Rodada, acessando AQUI