10
MAI
2015
ALENTO, PATINADA, SUPERAÇÃO E VÔO DE CRUZEIRO NOS JOGOS DA SEXTA RODADA
A 5ª rodada foi cheia diante do feriado do último fim de semana. Todas as equipes entraram em campo neste sábado para fazer a festa do nosso futebol. O campeonato está excelente e os resultados demonstram que ninguém pode vacilar.
A 5ª rodada foi cheia diante do feriado
do último fim de semana. Todas as equipes entraram em campo neste sábado para
fazer a festa do nosso futebol. O campeonato está excelente e os resultados
demonstram que ninguém pode vacilar. Um tropeço poderá custar caro mais na
frente.
Tribunal de Justiça x Piratas abriram o
sábado 100% futebol. Equipes completas
com bom número de jogadores em campo e na suplência. O sol das sete e trinta da
manhã parecia o do meio dia, obrigando os times a serem mexidos constantemente.
Jogo morno, sem maiores lances de perigo ou de emoção. Vê-se no TJ este ano um futebol burocrático.
Não empolgante. Uma sombra do que já foi no passado, quando era envolvente e
sempre presente nas semifinais. Até
mesmo contra os Piratas, quando a vitória é quase uma certeza, não se viu
dentro de campo aquela busca pelo gol. A vitória veio meio na consequência e o
placar não refletiu o jogo, pois os Piratas deram muito trabalho no ataque,
sendo necessária a intervenção do goleiro Anderson em várias ocasiões. Com a
vitória o TJ mostrou que está vivo, mas para garantir a classificação tem de
vencer seus dois próximos compromissos com o Confiança e Meia Boca. Em relação
aos Piratas fica o registro de que enquanto nas três últimas partidas levou
treze gols, por outro lado não fez nenhum.
Meia Boca x OAB era o jogo esperado da
rodada. Os advogados vindo de uma derrota para a SEA e o Meia Boca de um empate
com sabor de derrota para o Bohemia. Era
a hora da superação. Enquanto o MB veio
com 95% da equipe, a OAB entrou em campo com vários desfalques: Tales, Renato,
Aldo, Odilon, Gilberto e Silvio não vieram para o jogo. E isso fez a diferença.
1x0, 1x1, 1x2, 2x2, 3x2, 4x2, 4x3 e 5x3.
A sequência do placar já demonstra que o que faltou no jogo anterior, sobrou na
segunda partida. O MB surpreendeu mais uma vez abrindo o placar com mais uma
bela cobrança de falta ensaiada e que tem se tornado a diferença em alguns
jogos. Já havia ocorrido no jogo anterior com o Bohemia entre Marcelo e Neto
"Bola". Dessa vez, Bola retardou a cobrança e esperou a chegada livre de Scala,
que com a classe que lhe é peculiar, tocou de chapa e correu para o abraço.
Belo gol! A OAB, mesmo desfalcada, era valente, pois precisava do resultado.
Siro empatou de fora da área num belo chute. E Neffer numa jogada típica dos
pivôs e homens de referência no ataque, virou o placar e pôs gasolina no jogo.
E assim terminou o primeiro tempo.
Na segunda etapa o MB veio pra cima e
conseguiu empatar e virar de novo o jogo com Curinga e o novato Daniel. O jogo
ficou lá e cá. Jordan, goleiro da OAB que substituía Cleilton, passou a jogar
como um goleiro-linha. Num ataque forte da OAB a bola foi recuperada por Scala
e este vendo que Jordan estava adiantado, conduziu a bola por uns metros e
mandou por cobertura. Stop! Congelem a imagem, Senhores. Quem estava lá vamos
rememorar. Quem não estava tentem reproduzir no pensamento o lance. Na direção
do gol da piscina, e um pouco antes da sua intermediária, Scala bate de peito
de pé e a bola segue em trajetória ao ângulo superior esquerdo do gol
adversário. O goleiro, que já previa a jogada, volta sem esperança com um olho
na bola e outro na sua meta. A bola sobe, voa, plana e começa a descender no
caminho de sua trave. Os olhos de Scala são mistos de êxtase e expectativa. A
mesma esperança permeia a mente de Jordan na intensidade do desespero. A
plateia para de respirar. São segundos de eternidade. E quase quando o gol era
realidade, Jordan, como um Michael Jordan nos ares, alcança a bola com a unha o
suficiente para evitar o gol. O público vibrou como se fosse a alegria máxima
do futebol. Acreditem amigos, são pinturas como essa que engrandecem a arte do
futebol e que me dão a certeza de acreditar que o nosso campeonato vale a
pena. Assinem o lance, Scala e Jordan.
Vocês são dois Dalí, Monet, Van Gogh, Portinari, Dorian Gray. Belíssimo!
Depois desse lance o jogo poderia acabar.
Christian fez 4x2, mas a OAB continuaria guerreira em busca de ao menos um
empate. Neffer, mais uma vez, furou o bloqueio do Meia Boca e a OAB parecia que
ia chegar a igualdade. Mas o futebol é cruel. Quando os advogados estavam
melhor, o Meia Boca matou o jogo mais uma vez com Daniel. Fim de um grande
jogo.
À tarde o Confiança jogou com o Real
Natal. Um querendo consolidar a classificação e o outro causar um tropeço num
dos favoritos. O Real mais uma vez pecou no número. E jogar em desigualdade
numérica contra qualquer um é ruim, quiçá contra o Confiança e num dia em que
Alípio, "o Mestre", está inspirado.
Costumava dizer Nelson Rodrigues que "a bola tem um instinto
clarividente e infalível que a faz encontrar e acompanhar o verdadeiro craque.
Sim, amigos: há na bola uma alma de cachorra". O que o maior cronista esportivo
de todos os tempos quis dizer com isso? Que a bola tem fidelidade canina com o
craque. Alipão tem se dedicado mais a
orientação do time, como um auxiliar de Pebarovic. Pouco tem entrado em campo.
Dessa vez começou jogando. Pânico na defesa do Real Natal. Nem São Cristiano,
com sua agilidade felina, conseguia disfarçar a inquietude de ver aquele
"senhor de azul com barriguinha protuberante e madeixas grisalhas" rondar a sua
área.
Mas o primeiro gol não foi dele, mas
deve ser contado em detalhes para ficar na história do campeonato. Num jogo passado Monteiro pegou um voleio num
cruzamento de Denilson e chamei de gol de placa. Dessa vez, Denilson recebeu a
bola na lateral e levantou a cabeça procurando seu parceiro principal, que
sábado não jogou. Veríssimo apresentou-se na cabeça da área do RN. Denilson
alça a bola em parábola e Veríssimo enche o pé de primeira sem deixar a bola
cair. A bola, coitada, não bastasse a pancada que levou no chute do negão,
ainda esbarrou no travessão antes de quicar no chão e estufar a rede superior
da baliza da piscina. Um chamado "gol paulista", como eram denominados gols
dessa natureza no passado e que hoje já não se escuta mais. Depois, disso, a ribalta teve um só dono:
Alípio. Três gols na trave do muro. Um deles numa belíssima jogada de Damião,
que poderia até mesmo chutar, mas a reverência ao craque maior e referência do
time se fez maior, preferindo rolar para o artilheiro completar para o gol e
encerrar o espetáculo. Antes que as cortinas se fechassem dando fim ao show,
Denilson beliscou mais um para exorcizar toda a má fase do ano passado e dizer
que está vivo na briga pela artilharia. O Real Natal ainda fez seu gol de honra
num pênalti cobrado por Ronilson, este mais uma boa aquisição que Max traz para
sua equipe.
O último jogo foi uma grande surpresa. A
SEA embalada com quatro vitórias se encontrou com um Bohemia totalmente
desfalcado e somente a conta, sem nenhum jogador no banco. A permanência da
invencibilidade da SEA e a liderança no campeonato era questão de hora e poucos
minutos, tão logo encerrasse a partida.
E tudo pareceu mais fácil antes mesmo do
relógio completar a primeira volta. No primeiro ataque da SEA, Serjão empurrou
a bola para dentro, abrindo o placar. Nesse instante, o Bohemia jogava com 07
(sete) e entre eles Geneci, machucado, apenas fazia número em campo. Somente
com 10 minutos William chegou para completar o time. O mesmo William que
converteu pênalti de Yonaldo em Geneci, empatando a partida. Helinho voltou a
colocar o time da SEA na frente, mas o goleador William empatou novamente. E
assim terminou o primeiro tempo.
Na segunda etapa o Bohemia reconheceu
suas limitações e voltou com postura mais defensiva, com Campos e Luiz Carlos
plantados atrás para evitar as investidas rápidas de Helinho e Bago. Bago fez o
terceiro gol da SEA e tudo indicava que matara a partida. Porém, o jogo era à
tarde, sem o sol que castiga os times pela manhã. Clima propício para jogar
futebol. O Bohemia, notadamente a equipe de maior faixa etária, mesmo
numericamente inferior enfrentou o adversário igualmente. Luiz Carlos, numa
investida no ataque, empatou outra vez. Resultado que faria justiça ao que
ambas as equipes produziram. Mas foi um jogo de muitas faltas e os times
atingiram o limite. Uma nova falta para cada lado seria tiro livre de 11
metros. Numa tentativa de contragolpe por parte do Bohemia, Marcelo Lira matou
a jogada, provocando o chute direto. William outra vez converteu e pôs os
boêmios na frente pela primeira vez. Já no apagar das luzes, falta a favor da
SEA e Helinho foi para o tiro livre, deslocou Tonhão, mas a bola,
caprichosamente, bateu na trave, quando Ubiratan Bruno levantou as mãos e
apitou o fim da partida. Vitória maiúscula do Bohemia, deixando a SEA em
dificuldades para segurar as primeiras posições que dão vantagem nas
semifinais.
Próximo sábado tem Bohemia x Piratas e
OAB x Real Natal.
Coluna do Kolluna F.C.
O primeiro jogo foi fosco. De brilho
mesmo só o reflexo do sol na reluzente chuteira amarelo-limão de Zé do Carmo
(Piratas);
14 de março de 2015. Há dois meses os
Piratas não balançam as redes do adversário. Última vez foi contra a OAB. Já
são três partidas em branco;
O Meia Boca tem inovado com faltas
ensaiadas. Um artifício a mais para furar o bloqueio dos adversários;
Se o MB tem faltas ensaiadas, falta um
padrão de jogo homogêneo. O time tem oscilado demais e isso é visível. No
segundo quarto, após as substituições, o MB tinha Claude e Laumir de marcadores
e Coringa, Scala, Neto Bola, Christian e Péricles de definidores. A OAB
aproveitou e virou o placar;
Júlio Cesar, o bom goleiro dos Piratas, foi
a mãe da rodada ao levar um pirú no quarto gol do TJ. Tentou ainda busca a bola
pelo rabo, mas já era;
Surpresas positivas e negativas no Real
Natal. Ausência dos infaltáveis
Cezinha e Arlean. Por outro lado, o retorno da habilidade de Éber no meio de
campo;
Um desfile de camisas vermelhas nesse
fim de semana na ASTRA 21. Os americanos extravasando sua alegria no título do
centenário. Muito justo. A gozação é salutar, desde que tenha limites e com
respeito. Parabéns aos rubros;
Ubiratan Bruno, que apitou os jogos de
sábado à tarde, estará na Ilha do Retiro, nesta quarta-feira, bandeirando Sport
x Chapecoense pela Copa do Brasil. O trio é todo potiguar;
Honra ao mérito a Geneci (Bohemia).
Mesmo só para fazer número, perturbou a defesa da SEA, sofreu pênalti e ajudou
sua equipe numa maiúscula vitória;
O Confiança ainda pega o TJ e a SEA; A
SEA pega o Meia Boca e Confiança; O Meia Boca pega a SEA e o TJ; O Bohemia pega
os Piratas e a OAB; o TJ pega o Confiança e o Meia Boca; e a OAB pega Real Natal
e Bohemia. TJ, OAB e Bohemia podem terminar a fase classificatória empatados
com 11 pontos, brigando pela última vaga.
Veja como ficou a classificação após o
fechamento da 5ª rodada.