Coluna do Kolluna

A Garra do Leão.



"Garra", conforme o dicionário Aurélio, quer dizer "esforço, empenho". A garra está para o futebol como a bola. Sem garra não há jogo e não se ganha uma partida. No futebol brasileiro são inúmeros os exemplos de jogadores que tinham/tem a garra como sua característica principal: Merica (Ex-Flamengo e Sport, nos anos 70), Dunga (campeão mundial/1994) e o contemporâneo Felipe Melo (Palmeiras) são nomes que podemos citar para não enchermos a tela com outros tantos.

Mas, como o nosso idioma é cheio de diversidades, com altas variações linguísticas, "garra" também quer dizer "terceira falange dos dedos de numerosos vertebrados, entre eles mamíferos carnívoros e roedores, aves, répteis".

O leão tem garra? Não há dúvida quanto a isso, seja na sua nata característica como o "rei da selva", seja na sua anatomia. Mas, e a garra do Leão?

Ah, agora o assunto adentra o nosso campeonato. Marcelo é Leão. Está lá na sua certidão de nascimento. E ao entrar em campo/quadra, sempre mostrou a garra de um leão, algumas vezes extrapolando, é bem verdade, mas quem somos nós para julgarmos um leão.

Nesse fim de semana, Marcelo envolveu-se em polêmica. Fez um belo gol e foi à torcida dos seus colegas advogados para comemorar. Ao aproximar-se, exibiu o dedo médio, duro e teso, em posição de sentido. Uma brincadeira, na sua ideia e na da maioria dos presentes. Mas o jogo tinha um árbitro.

Assim como Marcelo é Leão, Paulo Jorge é Brandão, mas não é brando. Interpretou que o gesto era obsceno e assim relatou na súmula. Expulsão direto! E não tinha ainda completado o primeiro quarto do jogo.

A brincadeira foi levada a sério por quem é a autoridade máxima do jogo.

Em campeonato de advogados não faltarão tentativas de convencimentos, teses, defesas, contrarrazões e até o falecido libelo ressurge. Mas a atitude do árbitro foi razoável, até mesmo porque ele não sabia que era uma brincadeira. E em um ambiente sadio como a ASTRA 21, não há espaço para atos obscenos (essa é a interpretação do homem - que possui dedo - médio).

Leão e Brandão, por força de seus sobrenomes, são superlativos. Sem retoques nas suas vidas profissional e social, e que o futebol nos apresentou. No linguajar italiano, é tutti buona gente. Ambos acrescentam ao evento. O episódio serviu de lição, como tudo na vida.

Paulo Jorge está conhecendo o nosso campeonato e suas características próprias, mas não mudará sua forma de trabalhar. Marcelo já é veterano, e também não vai deixar de usar sua garra em campo.

Mas a partir de hoje, um conselho. Entre em campo com seu esforço e empenho, porém evite usar as falanges do terceiro dedo. Afinal, garra e garra não é a mesma coisa.   

 

Coluna do Kolluna:

 

1)  A partida de abertura de sábado teve atraso em razão de uma macarronada...  E haja água de côco após o jogo;

2) Os resultados apertados demonstraram como foram difíceis os jogos de complemento da 4ª rodada. Durante as partidas vimos jogadas de excelente qualidade e defesas dignas. É o campeonato da ASTRA 21/2017 ganhando corpo;

3)  No jogo Boca de Álcool x Confiança os goleiros Ronni e Vinícius fizeram seus milagres quando foram exigidos. O gol de empate do BA surgiu de uma boa trama de "El Macarroni", deixando o artilheiro Jean na cara do gol. Já no Periculum x MB a maioria dos gols foram de bela feitura, com destaque para o primeiro do PIB, numa tabela no legítimo "toco e me voy", como dizem os argentinos, ou o "uns dois" brasileiro, entre Silvinho e Rodrigo. O futebol de salão jogando futebol de sete;

4) Por outro lado, nunca deixaremos de ter as bisonhices. Perfeita toca de passes entre Erick e Jean e um chute tosco de Hugo que foi para lateral e saiu dos limites da ASTRA 21. A resenha não deixa nada passar;

5)  A Alemanha sempre teve excelentes centroavantes como Gerd Muller, Voeller, Klismann, Klose e outros. O Boca de Álcool importou um alemão para o seu ataque:   Rodrigo Schuller (leia-se chulé);

6)   A semana foi de lembranças para quem curte o bom futebol. Primeiro os 100 anos de nascimento de João Saldanha, o idealizador da formação da seleção campeã do mundo de 1970, uma das mais perfeitas até estes tempos. E também os 35 anos da "tragédia do Sarriá", a derrota da seleção brasileira para a Itália em 1982. Esse jogo, que fez chorar quem o assistiu (eu e outros muitos que jogam nosso campeonato se incluem nesse drama), foi retratado num belíssimo documentário pela ESPB Brasil. O depoimento de Pep Guardiola exaltando a nossa seleção, as lágrimas disfarçadas de Falcão e Oscar ao reverem os lances, e a frase de Sócrates ("Foi a maior sacanagem do futebol mundial") já valem a pena assistir o programa;

7)  A rodada teve uma infelicidade. Na partida entre Amarn/Amatra 1x0 Piratas, o colega Fábio Mastrocola (Serviço Médico), o "Doutor" ou o "Ma(e)strocola" quebrou a tíbia num lance casual e de jogo. A ASTRA 21 deu a assistência inicial com o nosso fisioterapeuta Dr Lukas, sempre presente. Dr Fábio já está em casa com a perna enfaixada. Não precisou de cirurgia e mandou o recado de que em 60 (sessenta) dias está de volta. Em nome dos que participam do campeonato desejamos ao colega a sua pronta recuperação e que o retorno seja breve;

8)   A chuva que caiu no fim de semana passada provou, mais uma vez, a qualidade da drenagem do nosso tapete verde, que não fica a dever a nenhum campo profissional;

9)    Este espaço também serve para orientações. Observamos a utilização de travas de alumínio na partida deste sábado por um atleta. A partir da próxima rodada, o árbitro irá fiscalizar os calçados dos jogadores para evitar acidentes. Travas de alumínio não são admitidas;     

10) Outro detalhe observado é que com a diminuição do número de jogadores de 08 (07 na linha e o goleiro) para 07 (seis na linha e o goleiro), uma expulsão "mata" a equipe inferiormente numérica. Os espaços aumentam e o desgaste é evidente, mesmo que haja um bom número de reservas;

11)  O jogador deve conhecer o perfil do árbitro da partida. Charles Elliont também era implacável no início. Aprendeu naturalmente a manha do nosso campeonato. Não se pode querer que todos os árbitros tenham o mesmo comportamento. O aprendizado é para todos;

12) O show a parte deste fim de semana foi a torcida, em sua maioria composta por advogados das equipes do Boca de Alcool e do Periculum in Bola. Curtição e brincadeiras com os que estavam jogando. E não se ouviu um c*r*lh*. De fato, são outros tempos.    



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COMENTÁRIOS

  • LUÍS CLAUDIO

    10/07/2017 09:14:59

    Bom dia, vou deixar meu registro de indignação a respeito de mais uma aparição de Paulo Jorge, o Brandão. No momento da expulsão eu fui questionar o porquê do cartão vermelho. Ele respondeu que aquilo era uma agressão. Ora, já era o segundo jogo da rodada e todos estavam percebendo "a resenha" formada pelos colegas advogados e ex-advogados dos times BA e PIB. Sinceramente eu nunca vi tal agressão entre amigos e no momento em que todos estavam rindo. Ninguém presente duvidou que aquilo era uma brincadeira e não uma agressão. Paulo Jorge é rígido, duro, mas infelizmente, e isso é de conhecimento geral, gosta de aparecer mais que a bola do jogo. Ele conseguiu acabar com o que prometia ser o melhor jogo do campeonato. Fica a sugestão de exclusão do Sr Brandão do apito, pois, apesar de ser um campeonato, o maior objetivo é a descontração, e ele, se continuar, com certeza vai estragar outros jogos e acabar com o maior intuito do campeonato.

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