10
JUL
2017
Coluna do Kolluna
A Garra do Leão.
"Garra", conforme o dicionário
Aurélio, quer dizer "esforço, empenho". A garra está para o futebol como a
bola. Sem garra não há jogo e não se ganha uma partida. No futebol brasileiro
são inúmeros os exemplos de jogadores que tinham/tem a garra como sua
característica principal: Merica (Ex-Flamengo e Sport, nos anos 70), Dunga
(campeão mundial/1994) e o contemporâneo Felipe Melo (Palmeiras) são nomes que
podemos citar para não enchermos a tela com outros tantos.
Mas, como o nosso idioma é cheio
de diversidades, com altas variações linguísticas, "garra" também quer dizer "terceira
falange dos dedos de numerosos vertebrados, entre eles mamíferos carnívoros e
roedores, aves, répteis".
O leão tem garra? Não há dúvida
quanto a isso, seja na sua nata característica como o "rei da selva", seja na
sua anatomia. Mas, e a garra do Leão?
Ah, agora o assunto adentra o
nosso campeonato. Marcelo é Leão. Está lá na sua certidão de nascimento. E ao
entrar em campo/quadra, sempre mostrou a garra de um leão, algumas vezes
extrapolando, é bem verdade, mas quem somos nós para julgarmos um leão.
Nesse fim de semana, Marcelo
envolveu-se em polêmica. Fez um belo gol e foi à torcida dos seus colegas
advogados para comemorar. Ao aproximar-se, exibiu o dedo médio, duro e teso, em
posição de sentido. Uma brincadeira, na sua ideia e na da maioria dos
presentes. Mas o jogo tinha um árbitro.
Assim como Marcelo é Leão, Paulo
Jorge é Brandão, mas não é brando. Interpretou que o gesto era obsceno e assim
relatou na súmula. Expulsão direto! E não tinha ainda completado o primeiro
quarto do jogo.
A brincadeira foi levada a sério
por quem é a autoridade máxima do jogo.
Em campeonato de advogados não
faltarão tentativas de convencimentos, teses, defesas, contrarrazões e até o
falecido libelo ressurge. Mas a atitude do árbitro foi razoável, até mesmo
porque ele não sabia que era uma brincadeira. E em um ambiente sadio como a ASTRA 21, não há espaço para atos
obscenos (essa é a interpretação do homem - que
possui dedo - médio).
Leão e Brandão, por força de seus
sobrenomes, são superlativos. Sem retoques nas suas vidas profissional e
social, e que o futebol nos apresentou. No linguajar italiano, é tutti buona gente. Ambos acrescentam ao
evento. O episódio serviu de lição, como tudo na vida.
Paulo Jorge está conhecendo o
nosso campeonato e suas características próprias, mas não mudará sua forma de
trabalhar. Marcelo já é veterano, e também não vai deixar de usar sua garra em
campo.
Mas a partir de hoje, um
conselho. Entre em campo com seu esforço e empenho, porém evite usar as
falanges do terceiro dedo. Afinal, garra e garra não é a mesma coisa.
Coluna do Kolluna:
1) A partida de abertura de sábado teve atraso
em razão de uma macarronada... E haja
água de côco após o jogo;
2) Os
resultados apertados demonstraram como foram difíceis os jogos de complemento
da 4ª rodada. Durante as partidas vimos jogadas de excelente qualidade e
defesas dignas. É o campeonato da ASTRA
21/2017 ganhando corpo;
3) No jogo Boca de Álcool x Confiança os
goleiros Ronni e Vinícius fizeram seus milagres quando foram exigidos. O gol de
empate do BA surgiu de uma boa trama de "El Macarroni", deixando o artilheiro
Jean na cara do gol. Já no Periculum x MB a maioria dos gols foram de bela
feitura, com destaque para o primeiro do PIB, numa tabela no legítimo "toco e
me voy", como dizem os argentinos, ou o "uns dois" brasileiro, entre Silvinho e
Rodrigo. O futebol de salão jogando futebol de sete;
4) Por outro lado, nunca deixaremos de ter as
bisonhices. Perfeita toca de passes entre Erick e Jean e um chute tosco de Hugo
que foi para lateral e saiu dos limites da ASTRA
21. A resenha não deixa nada passar;
5) A Alemanha sempre teve excelentes
centroavantes como Gerd Muller, Voeller, Klismann, Klose e outros. O Boca de
Álcool importou um alemão para o seu ataque:
Rodrigo Schuller (leia-se
chulé);
6) A semana foi de lembranças para quem curte o
bom futebol. Primeiro os 100 anos de nascimento de João Saldanha, o idealizador
da formação da seleção campeã do mundo de 1970, uma das mais perfeitas até
estes tempos. E também os 35 anos da "tragédia do Sarriá", a derrota da seleção
brasileira para a Itália em 1982. Esse jogo, que fez chorar quem o assistiu (eu
e outros muitos que jogam nosso campeonato se incluem nesse drama), foi
retratado num belíssimo documentário pela ESPB Brasil. O depoimento de Pep
Guardiola exaltando a nossa seleção, as lágrimas disfarçadas de Falcão e Oscar
ao reverem os lances, e a frase de Sócrates ("Foi a maior sacanagem do futebol
mundial") já valem a pena assistir o programa;
7) A rodada teve uma infelicidade. Na partida entre
Amarn/Amatra 1x0 Piratas, o colega Fábio Mastrocola (Serviço Médico), o "Doutor"
ou o "Ma(e)strocola" quebrou a tíbia num lance casual e de jogo. A ASTRA 21 deu a assistência inicial com
o nosso fisioterapeuta Dr Lukas, sempre presente. Dr Fábio já está em casa com a
perna enfaixada. Não precisou de cirurgia e mandou o recado de que em 60
(sessenta) dias está de volta. Em nome dos que participam do campeonato
desejamos ao colega a sua pronta recuperação e que o retorno seja breve;
8) A chuva que caiu no fim de semana passada
provou, mais uma vez, a qualidade da drenagem do nosso tapete verde, que não
fica a dever a nenhum campo profissional;
9) Este espaço também serve para orientações.
Observamos a utilização de travas de alumínio na partida deste sábado por um
atleta. A partir da próxima rodada, o árbitro irá fiscalizar os calçados dos
jogadores para evitar acidentes. Travas de alumínio não são admitidas;
10) Outro detalhe observado é que com a diminuição
do número de jogadores de 08 (07 na linha e o goleiro) para 07 (seis na linha e
o goleiro), uma expulsão "mata" a equipe inferiormente numérica. Os espaços
aumentam e o desgaste é evidente, mesmo que haja um bom número de reservas;
11) O jogador deve conhecer o perfil do árbitro da
partida. Charles Elliont também era implacável no início. Aprendeu naturalmente
a manha do nosso campeonato. Não se
pode querer que todos os árbitros tenham o mesmo comportamento. O aprendizado é
para todos;
12) O show a parte deste fim de semana foi a
torcida, em sua maioria composta por advogados das equipes do Boca de Alcool e
do Periculum in Bola. Curtição e brincadeiras com os que estavam jogando. E não
se ouviu um c*r*lh*. De fato, são
outros tempos.
COMENTÁRIOS
LUÍS CLAUDIO
10/07/2017 09:14:59
Bom dia, vou deixar meu registro de indignação a respeito de mais uma aparição de Paulo Jorge, o Brandão. No momento da expulsão eu fui questionar o porquê do cartão vermelho. Ele respondeu que aquilo era uma agressão. Ora, já era o segundo jogo da rodada e todos estavam percebendo "a resenha" formada pelos colegas advogados e ex-advogados dos times BA e PIB. Sinceramente eu nunca vi tal agressão entre amigos e no momento em que todos estavam rindo. Ninguém presente duvidou que aquilo era uma brincadeira e não uma agressão. Paulo Jorge é rígido, duro, mas infelizmente, e isso é de conhecimento geral, gosta de aparecer mais que a bola do jogo. Ele conseguiu acabar com o que prometia ser o melhor jogo do campeonato. Fica a sugestão de exclusão do Sr Brandão do apito, pois, apesar de ser um campeonato, o maior objetivo é a descontração, e ele, se continuar, com certeza vai estragar outros jogos e acabar com o maior intuito do campeonato.