SEA VENCE COM AUTORIDADE APÓS SETE DERROTAS. BOHEMIA DOMINA, MAS A VITÓRIA FOI DO MEIA BOCA

Dia de luz, festa do sol e a bola a deslizar no tapete verde e mágico onde se vê o melhor futebol jogado no Estado do Rio Grande do Norte. Otimismo, sempre. Meu dia, meu campo, o futebol dos times do campeonato da ASTRA 21 sempre serão superlativos.



Dia de luz, festa do sol e a bola a deslizar no tapete verde e mágico onde se vê o melhor futebol jogado no Estado do Rio Grande do Norte. Otimismo, sempre. Meu dia, meu campo, o futebol dos times do campeonato da ASTRA 21 sempre serão superlativos.

E porque não dizer que temos a melhor resenha dos cantos de cá. O escriba deixou seus 5.000 (haja superlativo!) acessos diários esperando por quatro dias. Pré-enfartes, falta de ar, disenteria, náuseas, beri-beri, espinhela caída e calo seco foram tantas das moléstias dos fiéis leitores a espera da leitura semanal. Mas, o pulso ainda pulsa e cá estamos para trazer as novidades da última rodada no maravilhoso e competitivo campeonato de Mini-futebol da ASTRA 21.

Um clássico no primeiro jogo. Um confronto de desesperados no segundo jogo. Esse foi o enredo da manhã.

As equipes levaram um "puxão de orelhas" e conseguiram começar o jogo não dentro do horário estabelecido, mas com atraso razoável. O Meia Boca em campo com Patrício, Augusto, Claude, Neto; Marcelo "Piu" e Scala; Pedro e Péricles. O Bohemia com Geléia, Luiz Carlos, Geneci e Guarines; Paraguai e Patané; Marco Aurélio e Wilde. O jogo foi fantástico. Um dos melhores embates já vistos no ano e, quiçá, de todo o campeonato. Jogo de sangue no olho. Viril em certos momentos, técnico e estiloso em outros. Os integrantes das duas equipes, titulares ou reservas, são refinados com a bola no pé e sabem que o futebol é a alegria do povo.

A diferença maior entre as duas equipes era a idade. Indiscutivelmente a juventude do Meia Boca influiu na parte final da partida. O Bohemia começou agudo, com maior presença no campo adversário. Mas aos 7" Augusto Curinga, jogando pela lateral, cortou para o meio e bateu fraco de canhota. A bola encontrou um montinho artilheiro no meio do caminho e traiu Geléia.   

Os boêmios sentiram o gol por alguns minutos. Neto cobrou lateral cheio de veneno pela esquerda e Scala se apresentou como elemento surpresa na área levando perigo. O Bohemia respondeu em seguida, com Patané cruzando da esquerda para a chegada livre de Paraguai, "o legítimo", cabeceando para fora.

Na volta do primeiro quarto só deu Bohemia e a estrela de Patrício "Ceni" começou a brilhar. Aos 16" Paraguai chutou de fora da área. "Ceni" deu rebote. Wilde tinha o gol escancarado na frente, mas deixou que o goleiro crescesse e abafasse o lance. Aos 18" e 22" Wilde perdeu mais dois gols debaixo da trave que poderiam ser o empate e a virada. O único perigo do MB no segundo quarto foi um lançamento de Neto a procura de Bruno que o carequinha Luiz Carlos interceptou, indo a bola esbarrar no seu travessão quando Geléia já estava vendido.

O segundo veio e com novas emoções a reboque. Aos 5" o Bohemia encaixou contraataque nos pés de Wilde, tendo ao seu lado Marcos Aurélio e Vladimir, mas preferiu ser fominha e chutou sem perigo para o delírio, a raiva e o desespero dos boêmios. O goleirão Geléia mostrou que também é bom com os pés e mandou um balaço numa falta obrigando Patrício a rebater ousadamente. Augusto e Scala puxaram contraataque com estilo, sobrando nos pés de Augusto dentro da área, tendo ele perdido o tempo da bola. Eram 12" do terceiro quarto.

Na volta para o último período o Bohemia já mostrou cansaço e o domínio mudou de lado. Saída bisonha dos boêmios num rebote espirrado à frente da área encontrando Christian que emendou de primeira e avisou aos concorrentes do título de artilheiro que ele também está na briga. Gol do  Meia Boca selando o placar.

O Meia Boca ainda tentou marcar num chutaço de Scala, num queima-roupa de Augusto e com Bruno, todas as três tentativas defendidas pelo bom goleiro Alessandro "Geléia". E foi só.  

Na partida de fundo a denominação perfeita era o jogo dos desesperados. Enquanto a SEA vinha de sete derrotas consecutivas, o Santo Antonio, que entrou no segundo turno para salvar o campeonato, tentava se recuperar do atropelamento do Meia Boca na semana anterior quando sofreu 11 gols. Só uma vitória daria ânimo às equipes a buscar, ainda, uma classificação.

Diante dos péssimos resultados a SEA revolucionou. Trouxe três reforços desses que são acostumados a participar de torneios e campeonatos mais duros. Ex-profissionais ou quase profissionais do futebol. Mudou o estilo. Mudou a filosofia. A chegada dos novos jogadores é estimulante, emula e dá visibilidade ao campeonato. Sem dúvidas. Desde que a consciência de cada um que chegue seja a de que o nosso campeonato, por mais disputado que seja, tem uma aura diferente, uma intenção maior, de amistoso e de amizade entre os participantes.

Difícil de falar sobre o que você não vê. O escriba precisou se ausentar no início do segundo jogo quando o placar ainda não tinha sido descortinado. Mas um jogo que termina 10x1 não tem muito que dizer. A cada seis minutos a SEA fez um gol. O SA foi heróico e valente a ponto de conseguir tirar o dedo (fazer o seu gol de honra). A SEA se mostra viva outra vez e poderá ainda se classificar, uma vez que tem pela frente os Piratas, o TJ e o Real Natal. Se passar para as semis, com a equipe que formou, poderá dar trabalho. Já o Santo Antônio nem com a reza forte de todos os Santos, mais o reforço de São Pegado, São Rufino e São Laumir dá jeito mais. No entanto, como a filosofia é a boa convivência e a amizade, mesmo levando 21 gols nos últimos dois jogos a equipe está pronta para enfrentar o Confiança (eita!!!), seu próximo adversário.

Próximo sábado tem o Confiança x Piratas e TJ x Real Natal no complemento da quarta rodada.

 

Coluna do Kolluna F.C.

 

1) Primeiro jogo de sábado e nem as meninas de Neto Bola tinham alegria maior do que aquele estampado no rosto de Péricles. Tudo porque ele começou como titular, coisa que há muito não se via. Soube esperar o tempo certo e que o novo professor confiasse no seu trabalho;

2) Por falar nas meninas de Neto Bola elas já ganharam espaço próprio na ASTRA 21 e na resenha. Antes incentivadoras só do pai - apesar de chamá-lo a toda hora mesmo ele trabalhando - no jogo passado ensaiaram um coro de Meia Boca, Meia Boca, Meia Boca, todas vestidas com a camisa do pai e mais pareciam um abadá;

3) A ausência de Daniel tem causado reflexo no Meia Boca. Com ele em campo Scala fica mais livre para a criação. No jogo passado, mesmo com um time repleto de estrelas como é o MB, ainda assim o Bohemia foi mais presente e jogou melhor durante a maior parte da partida;

4) Acerca do tópico acima, uma frase pinçada do livro "O rosto alegre da cidade", do jornalista Rubens Lemos Filho diz tudo: "Mas a superioridade é um detalhe no futebol, como o sofá na traição".   Aliás, o livro - lindo e bem feito - é a única alegria do abecedista neste ano tenebroso;

5) Também de se registrar a falta que o zagueirão Campos causou no jogo passado. A classe e a categoria não entraram em campo em razão de uma contusão na panturrilha do Xerife;

6) Registrar o esforço que o Santo Antonio tem feito para terminar as partidas. Duas goleadas seguidas poderiam desestimular, mas o compromisso do pessoal está valendo e a participação está garantida até o fim do campeonato;

7) A SEA vermelhou de vez. Além de Helinho, que já compunha o elenco, agora trouxe o Sr. João Maria de Azevedo. Por nome e sobrenome ninguém conhece, mas se eu chamá-lo de Baíca a coisa muda;

8) Mais uma rodada sem direito a empate no nosso campeonato;

9) Enfim alguém leu minha resenha e concordou que o melhor posicionamento para Augusto "Curinga" era pelas laterais. O rendimento dele agora é outro. Fôlego de sete gatos, habilidade, bom chute, disposição e juventude faz de Curinga um reforço do início ao fim do jogo pelos lados do campo;   

10) Helinho desencantou. O último gol marcado pelo sempre gente boa atacante da SEA tinha sido em 13.06 passado. A fome de gol voltou e a briga pela artilharia ta boa.



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