07
MAR
2016
SEA VENCE OS FASHIONS E A CARAVELA DOS PIRATAS VOLTA A SER ABÓBORA
A alegria está de volta. A bola voltou a rolar no tapete verde mais perfeito do estado. Depois de um empolgante torneio início, as equipes retornaram para a primeira rodada da Copa Interna de Futebol da ASTRA 21
A alegria está de volta. A bola voltou a
rolar no tapete verde mais perfeito do estado. Depois de um empolgante torneio
início, as equipes retornaram para a primeira rodada da Copa Interna de Futebol
da ASTRA 21. O escriba é suspeito para dar sua opinião, mas não vou me furtar
de dizer que todos que estiveram na sede da ASTRA 21 saíram satisfeitos por
vários motivos. No quesito futebol,
surpreendentemente, vimos duas partidas muito movimentadas e que não ficaram a
dever aos jogos de times recheados de convidados. Depois, o prazer enorme de
ver vários colegas na ASTRA 21, alguns que há algum tempo tinham deixado de
comparecer, outros que foram somente para assistir ao torneio interno que foi a
origem de toda essa festa que completa dezessete anos incessantes.
É bem verdade que em alguns momentos nós
vemos uma bisonhice qualquer ou uma jogada digna do bola murcha do Fantástico,
mas, se isso é comum entre os profissionais que participam do Estadual de
futebol, quiçá em nossa sede social.
É digno o registro de que na primeira
partida somente Tatuta (SEA) e Arlean (RN Fashions) não são vinculados ao TRT
21, enquanto na segunda Ilden e Odilon (Piratas), porém, há muito tempo que
contribuem com nossa festa e são considerados como se fossem servidores. Alegria ainda de dizer que temos nas equipes
- SEA e Piratas -, Gilson Filho e André Bezerra, filhos dos nossos colegas
Gilson Lacerda e Virgílio Bezerra, respectivamente, meninos que cresceram
assistindo os jogos e que agora já disputam as partidas lado a lado com seus
antigos ídolos.
E a partida inaugural foi um clássico. A
poderosa SEA, equipe que colecionou mais derrotas até então ao longo do ano de
2016 (duas no torneio início), enfrentou o Real Natal com sua camisa exótica e
meiões idem para não chamar de outra coisa. Do jeito que a coisa tá evoluindo é
capaz de vermos o uniforme do RN de baby look e meias-calças num futuro
próximo. A partida proporcionou o retorno de Cristóvão, ausente da ASTRA 21 há
vários anos, de Marcos Cunha, mostrando garra depois de ter quebrado a perna
nesse mesmo campo, de Paulo Henrique, depois de cirurgia nos ligamentos, de
Eberval e Netinho Goianinha.
Os caras voltam e são obrigados a entrar
num uniforme rosa chocking??? Cesino já cabritou e inventou uma contusão para
não usar. Robson foi para o gol porque a camisa é diferente. Estou vendo a hora
os caras chegar para jogar de "bobs" nos cabelos.
Netinho Goianinha, "o pé de anjo do Real
Natal", bateu a falta na gaveta da cidadela defendida por Bruno, mais uma
revelação no gol depois do Secretário-goleiro Marcos Sérgio e abriu o placar,
fazendo o primeiro gol da temporada oficial 2016. Seria mais uma derrota da
SEA?????
Aliás, Bruno foi saber da torcida porque
estava sendo chamado de Bruno "Doido". A explicação calou-o momentaneamente.
Reza a lenda que todo goleiro é doido ou fresco. Ele gostou de ser doido.
A bola rolava franca e com estilo.
Cristóvão, como um Colombo, descobria uma américa a cada lançamento a deixar
seus companheiros na cara do gol, mas Bruno surgia como um Monte Pascoal e evitava que uma nova terra
fosse encontrada pela bola. Colombo??? Monte Pascoal??? O escriba está
misturando os descobrimentos. Calma, galera! Cristóvão é descobridor no nome e
sobrenome: Cristóvão Álvares, por isso a união das descobertas. Um momento de
aulinha básica de história no meio da resenha (aqui vale tudo!!!).
Somente no segundo tempo a SEA foi
buscar o empate e a vitória em ritmo de vira-vira. Bem, vira-vira é para os
times comuns, para os Fashions é "vira-vira-vira
homem vira-vira, vira-vira lobisomem". Paulo, de joelho novo, fez um gol
chorado no cantinho de Robson (frase ambígua).
Depois, Weberton, "o xodó do Mamu", inspirado nas salinas de Macau de
onde não pretende mais sair, virou a partida e deu a vitória a poderosa SEA
para delírio do padrinho Gilson e diante de uma enorme torcida macauense que
estava presente na ASTRA 21.
Então o segundo jogo e um registro. Os
caras de Mossoró são uns guerreiros. Carlos Mota virótico não pode vir. Nem
outros colegas. Sobrou para Márcio Mota e para o novato Marlen, imagem e
semelhança em cútis e dread locks do
primo do Bob Marley, fazer a travessia Natal-Mossoró-Natal em 12 horas com um
jogo no meio. Merecem aplauso de todos os que participam desse evento tão
tradicional. Para ajudar o time de Mossoró a Amatra associou-se com seis
membros: Joanilson, Gustavo Muniz, Décio, Higor, Daniel e Michael. Para
completar a equipe, Mota pediu minha colaboração para voltar aos campos após 15
meses e a de Edmilson, "o nômade", pois já jogou em todas as equipes que já se
formaram ao longo desses 17 anos.
Do outro lado os empolgados vencedores do torneio início de 2016. Os Piratas prontos a provar que a conquista não foi conto de fadas e que a caravela não se transformou em abóbora. Doze piratas no time e nenhuma garrafa de rum. Já Mossoró/Amatra 21 tinha 10 esforçados e 20 tubos de oxigênio no banco. Um sol de rachar o quengo até dos mossoroenses.
De reiar mesmo foi o uniforme de
Mossoró. Além de ser jurássico - desde os tempos que Jorge André da 9ª Vara era
o centroavante do time -, ainda é vermelho e branco, me obrigando a usar, pela
primeira vez em quase 50 anos de vida bem vividas, essa união de cores.
Resultado: uma alergia monstra, comichão, falta de ar e taquicardia que só
curou depois que ouvi o som de três letras: ABC!!!
Quando a bola rolou se viu que o time do
oeste/agreste/litoral tocava a bola com mais consciência, mas a juventude dos
Piratas com um tripé de meio de campo com Caio-Fábio-Jeremias incomodava e
sempre chegavam dando trabalho. Foi quando começou a brilhar o nome de Décio no
gol de Mossoró, chegando a ganhar o motorádio no fim do jogo. Várias
intervenções dignas de quem está na profissão errada: vai ser goleiro, meu
filho!!!
Higor abriu o placar num chute da
intermediária. MS não viu a bola passar. Márcio Mossoró ampliou. MS não viu a
bola passar. Fim do primeiro tempo e dez tubos de oxigênio foram consumidos
instantaneamente. Gilson, diligentemente, ligou para a White Martins e pediu
que uma carreta com um cilindro de oxigênio chegasse na ASTRA 21 para garantir
a respiração de todos ao fim do jogo, inclusive de Charles Elliont, cuja
gravata cresce a cada partida.
O cansaço foi aumentando para todos,
diante do sol fortíssimo. Os Piratas não pareciam reagir após Higor fazer o
terceiro gol. Desta feita MS não só viu a bola passar como entrou com bola e
tudo. Fim do terceiro quarto. Vitória garantida. Hora de cozinhar o galo e
fazer o tempo passar, com Marlen dando ritmo regueiro e manso ao jogo.
Mas a máxima do campeonato de futebol da
ASTRA é: "é no quarto quarto que as coisas acontecem". Mastrocola, "o doutor bom de bola", descontou
para os Piratas. No recomeço do jogo André, mostrando a velocidade que Virgílio
nunca teve, antecipou-se a Gustavo Muniz, roubou a bola e ficou frente a frente
com Décio, fazendo 3x2. Escanteio para Mossoró e Marlen encontra Márcio
sozinho, 4x2. A tranquilidade volta por segundos, pois a bola é lançada no
desespero para a área de Mossoró e, no bate-rebate, Mastrocola desconta outra
vez, fazendo 4x3. Charles encerrou o jogo e o alívio tomou conta de Mossoró.