14
JUN
2015
CONFIANÇA E MEIA BOCA REEDITAM A FINAL DO PRIMEIRO TURNO DE 2014
Dia de céu azul a combinar com as camisas do Confiança, que veio para o jogo com 15 de seus 16 jogadores inscritos.
O calendário torturou. O feriado
de Corpus Christi obrigou o adiamento
dos jogos que decidiram os finalistas do primeiro turno. Quinze dias entre o
fim da fase preliminar e as semifinais é sinônimo de ansiedade. Se a bola não
rola no campo da ASTRA 21 alguns dos
boleiros assíduos são acometidos de crises de abstinência.
Enfim. O campo pronto parecendo um tapete. As
equipes na expectativa de fazerem grandes jogos e conseguirem o passaporte para
a final do primeiro turno no campeonato mais disputado dos últimos tempos.
Confiança x SEA e Meia Boca x Bohemia. Eles foram os donos do espetáculo.
Dia de céu azul a combinar com as
camisas do Confiança, que veio para o jogo com 15 de seus 16 jogadores
inscritos. Olhava-se para cada
integrante do Camilo's Team e se via
aquele olhar de predador. A SEA outra
vez desfalcada. Como tem sido ao longo das últimas rodadas. Dez jogadores a compor o escrete. Nesse ponto
o Confiança já iniciou a partida com vantagem.
De um lado, orientando o
Confiança, Genildo Pebarovic, o croata naturalizado potiguar, campeoníssimo,
experiente, conhecedor dos caminhos que levam a vitória. Do outro lado,
ninguém. A SEA outra vez sozinha, sem um orientador. Outro ponto para o
Confiança.
Mas a SEA é a SEA. "A Poderosa",
como esse escriba costuma chamar. Já assistimos a SEA ressuscitar, como um
Phoenix, para encantar o futebol na ASTRA
21. Aliás, Phoenix ou Fênix, foi o nome do time que deu origem a SEA lá no
início da história do campeonato.
Iniciada a partida eram oito
leões de cada lado. A SEA toma a iniciativa do jogo e logo aos 1' Márcio comete
pênalti em cima de Helinho, por ele mesmo cobrado. Gol da SEA colocando pólvora
na fogueira de Santo Antônio. O
Confiança sentiu o baque. Os passes errados irritavam os jogadores.
A SEA é estranha na sua formação.
Yonaldo de lateral? Marcelo Patinha no banco?
Higor que tá treinando atletismo, vôlei, natação, tiro, pesca submarina,
montanhismo, paraquedismo, hóquei e outros esportes menos conhecidos, tudo isso
na semana para recuperar a forma e participar da olimpíada em Goiânia, mostrou
o resultado dos treinos e corria mais que Helinho e Bago juntos.
Pebarovic era misto de
impaciência e ansiedade. Conhece os seus atletas. Percebe que no momento certo
o gol chegaria.
E veio. William evitou um ataque
pelo lado esquerdo do gol da piscina, dominou a bola de forma tranquila, mas
achou de sair bonito na frente de Denilson e Márcio. Bola perdida e cruzada na
área para o complemento de Monteiro. Mais lenha na fogueira em homenagem a
Santo Antônio. Porteira aberta e reclamações idem entre alguns membros da SEA.
Perderam o foco. E os azuis se aproveitaram. Denilson de fora da área e Damião
em duas jogadas individuais marcaram em seguida. Patinha, em excelente sem
pulo, decretaram o placar do primeiro tempo.
Um 4x2 que deixava o jogo ainda aberto para o segundo tempo.
Mas o dia era de Damião.
Pequenino no tamanho e um futebol de gente grande. Um jogador operário. Que
joga para a equipe. Aliás, esse tem sido o enredo do Confiança. Um futebol
solidário. Os gols vieram naturalmente. Denilson deixou o seu segundo,
Veríssimo fez sem querer, Augusto numa triangulação e passes rápidos no ataque
também deixou o seu, e, pasmem, Camilo também tirou o dedo em um chutaço da
intermediária. Higor, em recompensa pelo seu extremado esforço, fez o último
gol da SEA.
Placar nos moldes de uma final de
Copa do Mundo. Confiança 8x3 SEA. Confiança cheio de confiança em sua terceira
final consecutiva em dois anos de vida.
Meia Boca x Bohemia entraram
pontualmente em campo às 9h. Se no primeiro jogo o azul do Confiança combinava com
o céu, o MB veio de amarelo-sol a iluminar os seus caminhos. Jogo curioso. A diferença de faixa etária é visível. O MB
tem média bem menor. Mas os boêmios são jogueiros e elevaram o nível da
partida. De igual para igual. Correria de ambos os lados. Marcação pesada.
Alguns lances mais duros, que fazem parte de uma partida de futebol. Várias
reclamações com o nosso Pink Phanter
que não marcava faltas. Parece que vocês não conhecem Charles. Quanto mais você
reclama, menos ele lhe atende. Dezesseis anos de campeonato e ainda tem nego que é juvenil no meio dessa
pelezada?
Vimos jogadas viris. Reclamações
exageradas. Faltas simuladas. Outras existentes, mas não marcadas. A mesa
constatou tudo isso. Mas posso dizer, para um ou outro que ainda esteja com
alguma marca nas canelas de uma porrada recebida, que não vimos, em nenhum
lance, maldade ou intenção explícita de machucar. Os dois times foram guerreiros, como uma
final de campeonato do nosso nível deve ser.
O MB não se encontrava no
jogo. As várias formações providenciadas
por Helder, seu treinador fora de campo, não surtiram resultado. Muita
transpiração e pouca inspiração. Já Magalhães, orientando os boêmios, rodava o
time, oxigenando a equipe, evitando o desgaste.
O Bohemia sentiu falta de
William, seu centroavante que cumpria suspensão automática. Semifinal daquele
porte tem de ter jogador "brigão", voluntarioso, que incomode o adversário na
busca pela bola perdida. Nesse ponto o MB se deu bem, pois Muniz é muito
clássico, sem a mesma mobilidade de William, e isso facilitou a marcação.
E num jogo tão igual, o detalhe
faz a diferença. Tentativa de contraataque do Bohemia e o lance foi
interceptado por Marcelo "Piu", xerife à frente da zaga do MB. Na tentativa de
se livrar do perigo, deu uma bicuda para frente. A bola saiu rasteirinha e foi
morrer no fundo das redes do gordinho Richarlisson, que no mesmo instante pediu
desculpas ao seu time. Um gol sem querer, mas que tranquilizava temporariamente,
pois com a vantagem do empate pelo MB o Bohemia teria de fazer dois para se
classificar.
Pimenta mandou dois balaços aos
22' e aos 24', todos muito bem interceptados por Patrício "Ceni", em grande
fase. Patrício ainda saiu nos pés de Wilde, aos 28', abafando o ataque boêmio.
No segundo tempo o MB veio com
Bruno e Pedro Wanderley no ataque e Weberton de zagueiro. Aos 4' Bruno saiu
para entrar Dirceu. Interrogação. Talvez um novo esquema treinado na semana? O
Bohemia assumiu o campo do MB numa blitz. Campos, com a elegância que lhe é
peculiar, dominava a zaga do Bohemia. Como ninguém entrava na área de ninguém,
pegue chute de fora. O BOH mudou de goleiro. Outro gordinho assumiu. Sendo que
esse se aventurava ao ataque e chutava forte. Robinson livrou-se bem da
marcação e cruzou rasteiro. Paraguai, o legítimo, chegou de carrinho, mas a
bola subiu.
Cruzamento da esquerda e Pedro
Wanderley se antecipou à zaga e testou para baixo. O novo gordinho - depois
reconhecido como Geléia - milagrou. Daniel, de futebol vistoso e produtivo e
que estava esquecido no jogo, mandou no travessão num sem-pulo.
Era o desespero dos boêmios atrás
do seu gol de empate e o da virada. E a manha do Meia Boca tentando cozinhar o
galo. O Bohemia abandonou a zaga. Campos foi para o banco. Não havia mais
defesa. Só atacantes no time. Contraataque do MB e a bola chega aos pés de
Scala. Esperança de um lance perfeito e a consolidação da vitória. Geléia se
esparrama nos pés do craque e pegajosamente intercepta o gol. O tempo corre e ninguém percebe. Os jogadores
em campo dão o último gás, o último suor, a última entrega.
Bola nos pés de Curinga na área
adversária. E a tranquilidade para fazer que passaria para um companheiro, mas
com a ginga dos jogueiros, mandou por elevação para o fundo das redes. Apito
final de Charles. Meia Boca na final.
Que o azul e amarelo dos times
seja como um belo dia de céu azul de sol brilhante a festejar o fim do primeiro
turno, no próximo sábado. Não percam.
Quem gosta de um bom futebol, bem jogado e sem violência, tem de estar presente
na sede da ASTRA 21. Garantia de um
excelente espetáculo.
COLUNA DO KOLLUNA F.C.
1) A presença de público para assistir aos jogos do nosso
campeonato de futebol continua surpreendente. Teve quem passou a noite toda no
São João da ASTRA e amanheceu o dia na arquibancada para ver as semifinais. E
ainda esticou depois tomando uma gelada para relaxar;
2) Rodada sem jogo da OAB. Clima pacífico, pacato,
sossegado. Silêncio nas arquibancadas. Nenhum c***lh*, fdp ou pqp. Uma missa;
3) Bonito de ver o duelo entre William e Denlson no
primeiro jogo. Marcação pressão;
4) O critério para ser goleiro do Bohemia é excesso de
camada adiposa. Richarlisson e agora "Geléia". Gordinhos ágeis e que botam
muito magrinho no bolso;
5) Gil (Confiança) tentou livrar a bola da sua área e foi sutilmente tocado por "Messi"
(SEA). Porém, seu grito e sua queda lembraram toda a dramaticidade presentes
nas novelas mexicanas;
6) A coluna do Kolluna FC já é sabedor de contratações
bombásticas para o segundo turno. Tudo em nome do reforço para uma melhor
participação no segundo semestre;
7) Pegado, ex-OAB e ex-Real Natal já acertou com os
Piratas. É só o que podemos revelar até agora;
8) O regulamento do campeonato foi divulgado antes do seu
início. Aceito e assinado pelo representante de cada equipe.
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